segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

As marcas deixadas pelo ca de ovário! Somos feitas de cicatrizes e de gratidão...

O câncer de ovário chega sorrateiro e, na maioria das vezes, sem qualquer sintoma! Por ser de difícil diagnostico, mais de 70% das mulheres acometidas por esse tipo de câncer o descobrem em estágio já avançado!
O tratamento, para esses casos, requer cirurgias de grande porte, pois não são retirados somente os ovários como a maioria das pessoas pensam!
Não é fácil lidar com o câncer de ovário! As marcas são grandes, tanto na pele, quanto na alma, mas nossas cicatrizes nos fazem lembrar que nos foi dada uma nova chance de viver!
Perguntei para as minhas amigas do grupo de ca de ovário o que a cicatriz representa em suas vidas! Compartilho com vocês as respostas de algumas delas, inclusive a minha:

Nanci - "Impossível olhar para ela e não me lembrar de tudo pelo que passei! O medo, as dores, as incertezas, as químios, a dura recuperaçao, a impossibilidade de gerar um filho...mas também me traz uma grande admiração, por eu ser uma daquelas que luta e traz consigo as marcas de grandes batalhas e grandes vitórias!"
Damaris - "Minhas cicatrizes da cura! Duas cirurgias em menos de um mês e meio. Não me incomodam em nada, nem física e nem visualmente. Lembro de todo processo com gratidão!"Vanessa - "Eu demorei uns dias para conseguir olhar a minha barriga sem umbigo. Era muito estranho. A questão não é o estético. É a quebra de um padrão e como lidar emocionalmente com isso. Depois de um tempo fui aceitando e me aceitando. Escutar dos outros: o que importa é que você está bem e umbigo não serve para nada não é nada acolhedor e empático. Nossas dores são nossas dores e só quem passa por algo semelhante consegue entender um pouco, mas nunca saberá exatamente o que o outro sentiu."Luciana - "Amo minha cicatriz de paixão, é meu troféu!"Yolanda - "la cicatriz es lo q menos me preocupa, igual q el pelo con la quimioterapia, lo mas importante para mi es q no se vuelva a repetir y no tener secuelas fisicas incapacitantes, lo demás, lo estetico, es mas llevadero..."Adriana - "toda vez que a olho tenho a sensação de renovação em minha vida. Gratidão."Carmem - "Para mim essa cicatriz é um medalhão de honra ao mérito. Eu venci duas batalhas contra o câncer!"Wandy - "Representa minha vitoria! No começo, eu tinha vergonha mas logo percebi q n temos que ter vergonha e sim orgulho pois significa que somos mais que vencedoras!"Arielle -  "Eu me dou muito bem com minha cicatriz, mas atualmente tô tentando dar uns jeitinhos nela esteticamente. 7 meses. Como já é a terceira, ficou horrível."Andrea - "Minha cicatriz também não incomoda...essa não...mas a cicatriz da alma..."Josilaine - "Estas são as "minhas" marcas. Não tenho muito problema com elas não. Elas não me incomodam. Mas para mim elas são um grande sinal: me faz lembrar das pessoas que hoje estão passando por tudo o que passei, com isso me sinto mais solidária ao sofrimento delas, como se uma parte de mim estivesse com elas... enfim, algo que não consigo explicar direito, mas que é algo assim. Essas marcas também me deixam mais alegre e com um sentimento de gratidão por hoje estar viva, podendo tentar viver cada dia melhor. Agora, o que me incomoda mesmo são as pessoas me olhando, com um grande ponto de interrogação estampado no rosto. Isso me deixa meio envergonhada, pois sou meio tímida. Por conta disso, evito ir à praia, por exemplo, com a barriga à mostra. Biquíni somente na piscina, em locais particulares."Nádia - "Minha cicatriz já tem uns anos (18) mas é minha amiga, com ela aprendi a ver o mundo e muitas pessoas com outros olhos, tive muita ajuda mas tbm muita gente me julgou na época, hoje não faz diferença o importante é que venci."Rose - "A minha eu acho que ficou bem feitinha!!! Não me envergonho dela. Graças a Deus já esta indo para 11 anos e até agora o intruso não voltou."Carol - "Tenho três, uma já sumiu. Todas minhas cirurgias foram finalizadas com técnicas de cirurgia plástica. Elas me fazem lembrar de momentos doloridos fisicamente, renascimento e a necessidade de resignificação da minha vida todos os dias. Esteticamente, não me incomodam. Gosto de compartilhar minha história, e elas são o "complemento".Patrícia - "No começo foi difícil olhar pra ela, cheguei a evitar me olhar no espelho nua pra não ver uma marca que me fazia lembrar o quanto foi dolorosa uma fase da vida. Mas hoje, eu tenho um amor tão grande por ela, pq entendi e aceitei que, se estou viva hoje ela é parte disso. Minhas marcas são partes do meu milagre. É difícil vc carregar uma marca tão grande, mexe muito com a nossa vaidade e auto estima, mas o mais importante é saber que essa marca nos salvou. Diante dela, carreguei uma frase pra minha vida que resume quem eu me tornei; SOU FEITA DE CICATRIZES E GRATIDÃO."
Muito orgulho de todas essas meninas...a cada dia, um novo aprendizado!














quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Histerectomia associada a riscos de saúde a longo prazo

Um estudo, recém publicado, mostra que a histerectomia, mesmo com a conservação dos ovários, provoca problemas de saúde a longo prazo. Para doenças malígnas, tal procedimento é inevitável, mas para doenças benígnas, o mesmo deve ser repensado!
Leiam o artigo completo.

Os pesquisadores da Mayo Clinic mostram que a histerectomia com conservação do ovário está associada a um risco significativamente aumentado de várias doenças cardiovasculares e condições metabólicas. As descobertas são publicadas na menopausa .
Estes são os melhores dados até agora que mostram que mulheres submetidas a histerectomia têm risco de doença a longo prazo - mesmo quando ambos os ovários são conservados", diz Shannon Laughlin-Tommaso, MD, autor do estudo e Mayo Clinic OB-GYN. "Embora as mulheres estejam cada vez mais conscientes de que a remoção de seus ovários representa riscos para a saúde, este estudo sugere que a histerectomia sozinha tem riscos, especialmente para as mulheres que se submetem a histerectomia antes dos 35 anos".
As mulheres neste estudo foram identificadas usando o Projeto de Epidemiologia de Rochester, um banco de dados de registros médicos que inclui os registros completos de pacientes internados e ambulatoriais de todos os provedores médicos no município de Olmsted, Minnesota.
Os pesquisadores identificaram 2,094 mulheres residentes do município de Olmsted que tiveram uma histerectomia com conservação de ovário para doença benigna entre 1º de janeiro de 1980 e 31 de dezembro de 2002. As mulheres tinham 18 anos ou mais na data de histerectomia (data do índice) . Cada mulher era compatível com a idade de uma mulher que residia no mesmo município na data do índice que não teve histerectomia ou qualquer remoção de ovário. O estudo determinou condições cardiovasculares e metabólicas prévias antes da cirurgia e procurou apenas o novo início da doença após a histerectomia.
O estudo mostra que as mulheres que tiveram uma histerectomia sem remoção de ovário tiveram um risco aumentado de 14 por cento em anormalidades lipídicas, um risco aumentado de aumento de 13 por cento da pressão arterial elevada, um risco aumentado de obesidade de 18 por cento e um risco aumentado de 33 por cento da doença arterial coronariana . Além disso, as mulheres menores de 35 anos apresentaram um risco 4,6 vezes maior de insuficiência cardíaca congestiva e um risco aumentado 2,5 vezes maior de doença arterial coronariana.
"A histerectomia é a segunda cirurgia ginecológica mais comum, e a maioria é feita por razões benignas, porque a maioria dos médicos acredita que esta cirurgia tem riscos mínimos a longo prazo", diz o Dr. Laughlin-Tommaso. "Com os resultados deste estudo, incentivamos as pessoas a considerar terapias alternativas não cirúrgicas para fibromas, endometriose e prolapso, que são as principais causas de histerectomia".
Fonte do relato:
Materiais fornecidos pela Mayo Clinic . Original escrito por Kelley Luckstein.
Referência de revista :
  1. Shannon K. Laughlin-Tommaso, Zaraq Khan, Amy L. Weaver, Carin Y. Smith, Walter A. Rocca, Elizabeth A. Stewart. Morbidez cardiovascular e metabólica após histerectomia com conservação ovariana . Menopausa , 2017; 1 DOI: 10.1097 / GME.0000000000001043

Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...