quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Câncer e dieta cetogênica

Hoje, perdi uma querida amiga que tratava um câncer de ovário há alguns anos. Atualmente, ela estava com a doença sob controle e somente fazia a manutenção com Avastin.
Periodiamente,  ela vinha para São Paulo, pois passava em consulta com um médico que lhe indicou uma dieta cetogênica do Dr. Lair Ribeiro e a seguia à risca. Há poucos meses atrás, em uma de suas vindas para São Paulo almoçamos juntas  eu até comentei que a achei bem magrinha....
Segundo informações dos famialiares, ela estava com a imunidade muito baixa e acabou contraindo uma miningite viral, o quadro se complicou muito e ela veio a falecer hoje a tarde!
Fiquei tão inconformada com essa perda que resolvi pesquisar um pouco mais sobre a tal dieta cetogênica, associada ao tratamento oncológico! 
Encontrei o seguinte texto, de Alice Pinho, Nutricionista graduada pela Universidade Federal da Bahia:

Nos últimos tempos tenho visto muitos profissionais defendendo o uso da dieta cetogênica para os pacientes com câncer,  com a justificativa que o açucar alimenta o tumor e “pregando” essa estratégia nutricional, como a salvação para o tratamento da doença. Profissionais que nunca estudaram Oncologia a fundo e nunca tiveram vasta experiência em atendimento hospitalar e ambulatorial destes pacientes que realizam um tratamento tão complexo.

A dieta cetogênica surgiu na década de 20 para tratamento de pacientes com epilepsia de difícil controle mesmo com anticonvulsionantes. Essa dieta clássica preconiza 90% de lipidios na dieta, 7% de proteínas e 3% de carboidratos. Existem algumas adaptações. E nos ultimos anos , muitos profissionais tem usado essa dieta com finalidade de emagrecimento e até para tratamento de outras doenças.

Resolvi fazer algumas considerações:

1) Existem artigos científicos mostrando a dieta cetogênica sendo utilizado em alguns pacientes com câncer, mas em tipos de câncer selecionados e a maioria trabalhos em tumores cerebrais ( glioblastoma e Astrocitoma), que necessitam de uso de medicações anticonvulsivas. Outros trabalhos em câncer de mama e alguns isolados com outros tipos. Por coincidência estes tipos de tumores são hipometabólicos e a perda de peso induzida por essa dieta pode não impactar tanto na performance status desses pacientes. Portanto talvez essa estratégia deva ser seletiva para alguns casos e não banalizada para ser utilizada em Todos os pacientes;

2) O metabolismo da célula cancerosa é extremamente complexo e não é apenas tirar o açucar da dieta. Existem uma teoria que uma alteração num gene do metabolismo lipídico também pode levar à célula tumoral a utilizar gordura como fonte de energia. Isso é bioquímica;

3) A dieta cetogênica leva à perda de peso e induzir um paciente com câncer a isso pode leva-lo a um estado  de caquexia, podendo impedir que ele tenha perfomance status para realizar o tratamento  que AINDA É o que cura esse paciente ( cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia);

4) Uma das condutas desse tratamento é o uso da metformina para inibir a formação de glicose utilizando a gordura como fonte. Vale lembrar que esse medicamento detona o intestino do paciente que já é bastante agredido num tratamento como quimioterapia;

5) Essa dieta leva a deficiências de micronutrientes como vitamina C, cálcio e complexo B  e muitos desses pacientes são induzidos a usar suplementos, que pelo consenso brasileiro de nutrição e câncer, não deve ser utilizado durante a quimioterapia e radioterapia;

6) A dieta cetogênica leva a alguns efeitos colaterais : insônia, prisão de ventre, irritabilidade, saciedade. Muitos desses pacientes já usam opióides agravando a  sua obstipação,possuem alteração no metabolismo de cortisol e usam antidepressivos;

7) Gostaria que alguém me dissesse como introduzir uma dieta cetogênica num paciente gastrectomizado total ou  pancreatectomizado por exemplo ou aqueles usando sondas no intestino para se alimentar. 

8) O ato de comer de uma pessoa envolve questões sociais, culturais, emocionais e está muito além de apenas questões fisiológicas e científicas. Um paciente com câncer passa por diversas fases do adoecer. O paciente oncológico não é uma cobaia, é um ser humano passando por um tratamento complexo e lidando com o “Resignificado”da vida;

9) A Nutrição de um paciente oncológico é um tratamento adjuvante com o objetivo de fortalecer o paciente para que ele consiga realizar o tratameto que necessita e ter a chance de cura.  Devem ser levadas em conta alteracões fisiológicas, emocionais, efeitos colaterais do tratamento e acima de tudo a sua individualidade bioquímica. 

Por fim, divulgar informações como essa, de forma sensacionalista e midiática, para mim soa como uma irresponsabilidade e falta de respeito ao paciente como ser humano. Eu acredito que a nutrição baseada em evidência é fundamental, mas deve estar aliada ao bom senso, ética e vivência clínica.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Adenomastectomia!

Adenomastectomia é um procedimento cirúrgico que consiste na substituição das mamas por uma prótese de silicone, preservando os mamilos e parte da pele da paciente, porém, não se trata de um procedimento estético, mas sim profilático!
Esse procedimento me foi recomendado por 3 médicos do AC Camargo, depois que descobri, recentemente, a mutação no gene BRCA1. Meus exames pré-cirurgicos e consultas com cirurgião plástico, anestesista e mastologista já estavam todos marcados! Eu estava me remoendo com essa cirurgia, prevista para janeiro, até que, ontem a tarde,  recebi uma ligação do AC Camargo para remarcar a consulta com o mastologista, pois ele entraria em férias! Num impulso, decidi cancelar tudo, mesmo sabendo dos riscos envolvidos. Já tinha pensado muito, pesquisado muito, mas ainda pairam dúvidas no ar. Não estou convencida, tampouco segura sobre esse procedimento. São tantas as dúvidas...
Os riscos da cirurgia também são grandes, como, necrose da pele e mamilos, rejeição da prótese, encapsulamento da prótese e outras complicações pós-cirúrgicas!
O risco de se ter câncer de mama ainda estará presente, uma vez que nem todo tecido é retirado!
Não tive nenhum caso de câncer de mama ou ovário na família! Tive câncer de ovário, recidiva e as chances do ca de ovário voltar são maiores do que o de mama. Por quantas cirurgias terei que passar? Já passei por 3 grandes cirurgias!
A oncogenética é uma ciência ainda pouco conhecida! Até que ponto vale a pena ficar se mutilando devido a uma mutação genética? Será um efeito Angelina Jolie?
A única coisa que sei é que ainda não é o momento! Não estou pronta para mais uma cirurgia! Prefiro fazer o rastreio com exames, ao menos por enquanto!

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Sou mais feliz depois do câncer!

Passar por um câncer, recidiva, cirurgias, quimioterapias, pode parecer o fim do mundo para muita gente, mas tudo depende da forma como se encara a situação! 
Quando estamos bem de saúde, normalmente, protelamos tudo o que temos vontade de fazer: o mês que vem começo a academia, o ano que vem faço aquele curso, semana que vem começo aquele regime, ou  algum dia faço aquela viagem...vamos nos autosabotando e quando percebemos não fizemos nada!
Mas quando se sabe que a morte está à espreita, não temos tempo a perder.  
No meu caso, passei a me cuidar muito mais, do meu corpo, mente e espirito, a fazer exercícios físicos, estudar terapias alternativas, viajar e conhecer novas culturas, fazer novas amizades, vivenciar novas experiências, enfim, a permitir-me muito mais...hoje, faço planos e os coloco em prática! 
Claro que não dá para se fazer tudo o que tenho vontade, mas dedico-me a algumas coisas que façam com que a vida realmente valha a pena! Deixar um legado e saber que a minha existência nesse mundo não está sendo em vão, não tem preço!
Passei a estabelecer prioridades: minha saúde, meu prazer, nessa ordem! Desapeguei-me de tudo que pudesse me causar aborrecimentos, estresse, tristeza... Passei a pensar muito mais em mim!
Sou mais grata por aquilo que tenho e descobri que tenho muito mais do que preciso! 
E não querendo ser prepotente, descobri a mulher incrível que sou! Sinto orgulho de ser quem sou. Sou muito mais Eu! E fecho esse ano muito grata e feliz!
Boas Festas a todos! Tim Tim

sábado, 11 de novembro de 2017

A.C.Camargo Cancer Center e Institut Curie firmam acordo de colaboração para pesquisa do câncer e os primeiros alvos são os sarcomas e radioterapia

Acordo de colaboração científica entre o A.C.Camargo Cancer Center e um dos principais centros europeus de pesquisa do câncer, o Institut Curie, que traz o nome da cientista Marie Curie, responsável pela descoberta dos efeitos da radioatividade e única mulher a receber dois prêmios Nobel.  Os primeiros estudos abrangerão sarcomas e radioterapia. A iniciativa contemplará colaboração em pesquisa,  intercâmbio e treinamento de médicos, residentes e cientistas.
Dois dos principais centros de pesquisa do câncer no mundo, o A.C.Camargo Cancer Center, de São Paulo, e o Institut Curie, da França, assinaram na capital paulista, em 31 de outubro, um acordo que prevê colaborações de pesquisa, intercâmbio e treinamento de médicos, residentes e cientistas. Representando a instituição francesa estiveram presentes a diretora do Serviço de Sarcomas e Tumores Complexos, Sylvie Bonvalot e o diretor de relações institucionais, Pierre Anhoury. Representando o A.C.Camargo, estiveram a cientista e Superintendente de Pesquisa, Vilma Regina Martins; o cirurgião pélvico e vice-presidente, Ademar Lopes, e o oncologista clínico, Celso Abdon de Mello. O consulado francês foi representado por Gerard Perrier responsável pela área de Ciência e Tecnologia do Consulado Geral da França em São Paulo.
SARCOMAS - Os sarcomas são caracterizados como uma doença heterogênea, sendo divididos em cerca de 70 subtipos. São tumores que podem acometer qualquer uma das estruturas denominadas como partes moles, caso dos músculos, gordura, tendões e nevos periféricos, que são áreas que representam cerca de 50% de todo o peso do corpo humano. Além disso, pode acometer também os ossos, os osteosarcomas.
O estudo dos sarcomas é uma das linhas estratégicas de pesquisa do A.C.Camargo e do Institut Curie, que tem o intuito de buscar avanços para diagnóstico precoce e tratamento desta doença. "Vamos iniciar a parceria por meio de estudos relacionados aos sarcomas, que é uma das áreas na qual somos reconhecidos como um centro de excelência. Recebemos um grande número de pacientes com esta doença, o que nos permite desenvolver estudos clínicos, moleculares e epidemiológicos", destaca Vilma Martins.
De acordo com a cientista, a união do conhecimento científico dos dois centros de pesquisa do câncer deverá proporcionar inovação e maior eficácia no diagnóstico e tratamento deste tão complexo grupo de doenças e também a colaboração para outras linhas de pesquisa que serão agregadas futuramente. "Além disso, com o intercâmbio e treinamento de médicos, residentes e cientistas, pretendemos ampliar ainda mais o nosso nível de excelência na abordagem clínica e científica e as melhores práticas no manejo dos pacientes", ressalta Vilma Martins.
RADIOTERAPIA - Outra importante linha de pesquisa da primeira fase do acordo entre A.C.Camargo e Institut Curie envolve o avanço do setor de Radioterapia. O A.C.Camargo, detentor do nível máximo de Acreditação pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas (ONU), se unirá ao centro francês nesta que é considerada a área responsável por seu nascimento. Isso porque, o Institut Curie leva o nome da cientista polonesa naturalizada francesa, Marie Curie, que foi a responsável por isolar os elementos químicos polônio e rádio, além de descrever os efeitos da radioatividade, inclusive a sua aplicação clínica.
Englobando sarcomas e radioterapia, o Centro Internacional de Pesquisa (CIPE) do A.C.Camargo Cancer Center, e seus cientistas especialistas em Biologia Tumoral, Vilma Martins, Tiago Goss, Glaucia Hajj e Ludmilla Chinen, de Genômica e Biologia Molecular, Dirce Carraro, de Epidemiologia, Maria Paula Curado, da Bioinformática,  Israel Silva, e da Patologia Investigativa, Isabela Werneck da Cunha. Participarão também os cirurgiões oncologistas, Ademar Lopes e Samuel Aguiar Junior do departamento de Tumores Colorretais e Sarcomas, da Radioterapia, Antônio Cássio Pellizzon e da Oncologia Pediátrica, Cecilia Costa. "Pretendemos estender o escopo desta colaboração a diversas áreas e especialidades do A.C.Camargo", acrescenta Vilma Martins.
Os projetos serão estruturados e alguns já possuem financiamento previsto por meio do programa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), co-financiado pela FAPESP e CNPq. O A.C.Camargo coordena o INCT de Oncogenômica e Inovação Terapêutica (INCITO-INOTE). Além disso, são previstos investimentos advindos da própria Instituição, assim como de outras fontes de fomento nacionais e internacionais.

Sobre o Institut Curie

O Institut Curie é uma fundação privada sem fins lucrativos criada por Marie Curie, única mulher duas vezes ganhadora do Prêmio Nobel, em 1909. É dedicado à pesquisa, ao ensino e à assistência. É o princial centro de referência francês na luta contra o câncer. 
Localizado em um dos centros de pesquisa mais famosos do mundo, onde está também um hospital de alta tecnologia, classificou-se em número 1 no tratamento de câncer de mama, tumores oculares, câncer pediátrico e sarcomas.
Ele oferece a maior plataforma de radioterapia com 12 aceleradores e um centro de protonterapia classificado como número 4 em todo o mundo. Mais de 50.000 pacientes são admitidos todos os anos.
Mais de 3.400 pesquisadores, médicos e cuidadores trabalham no Instituto. Em 2016, eles publicaram mais de 700 artigos em revistas de revisão de pares.

Hoje, ela se foi!


Quando descobri o câncer de ovário, em 2011, ansiava por informações e por sobreviventes! A única pessoa que encontrei, na época, que tinha tido ca de ovário em 2010, foi a Marcia Cabrita! Ela tinha um blog chamado Força na Peruca e,  através desse blog, tentei contato com ela algumas vezes, mas ela nunca respondeu! Talvez, se ela tivesse respondido, eu nunca teria criado esse blog e o grupo Juntas Somos Mais Fortes, que mantenho no Facebook, pois o silêncio da Marcia me impulsinou a uma busca frenética por sobreviventes! Não queria que mais ninguém com esse assustador diagnóstico ficasse no vácuo, ou no limbo, como eu estava! Sozinha!
Nesses anos todos, conheci mulheres incríveis, solidárias, amigas de coração! Muitas dessas espetaculares e anônimas mulheres que encontrei, e que tive o imenso prazer em conhecer, já partiram, mas muitas outras continuam e continuarão firmes e fortes, se Deus quiser, dando força umas para as outras, pois juntas, sempre seremos mais fortes!
Descanse em paz Marcia Cabrita!

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A verdade é que nem sempre sabemos lidar com a verdade!!

Sempre detestei mentir, mesmo quando necessário e, mais ainda, odeio que mintam para mim, principalmente quando menosprezam a minha inteligência! Mas quando dizem a verdade, bem  " na lata" mesmo,  acaba incomodando também!
Na semana passada, passei com um novo oncologista, pois minha médica anterior não mais voltará a atender na unidade onde eu passo em consulta, depois da sua licença maternidade!
O motivo da consulta era para eu saber se eu iniciaria o tratamento com o Olaparibe, após a recente descoberta da minha mutação genética BRCA1. Esse médico achou melhor eu não iniciar o tratamento depois de 14 meses em remissão. Disse: "quando o ca voltar a gente usa! vc sabe que as chances de voltar são altas não é? Vc tem uma doença crônica, já teve recidiva, hoje você esta bem mas amanhã pode não estar e a gente vai controlando..."
Fiquei na frente dele com cara de paisagem ouvindo tudo aquilo.
Uauuuuuuu...Para ele pode ser fácil falar, mas para mim, mesmo sabendo disso tudo, é difícil ouvir!
A verdade é que nem sempre sabemos lidar com a verdade....Tampouco sabemos o que nos reserva o futuro!

Sobre o uso de cinta após cirurgia citorredutora

Normalmente, quando as opiniões entre médicos variam muito, é porque não existe uma resposta certa. Infelizmente, não existe evidência científica para o uso da cinta. Normalmente, oriento as pacientes de citorredução (cirurgia grande com aquela incisão no meio do abdome) a usarem por 60 dias, começando logo após a cirurgia. É nesse período que ocorre praticamente toda a cicatrização. Então se você não tiver uma hérnia nesse período, é muito difícil que tenha depois. O objetivo não é estético, é basicamente para evitar hérnias. O problema é que a maioria das pacientes não são orientadas sobre o uso da cinta. E acabam usando a cinta muito apertada! Não façam isso! A cinta apertada é usada nas cirurgias estéticas, para ajudar no modelamento. Apertar demais a cinta causa dor, restringe a alimentação, dificulta a respiração e pode até favorecer infecções respiratórias. Não existe uma regra de quanto você deve apertar a cinta. A sugestão é usar a cinta de maneira que ela fique "firme", mas não apertada. A cinta acaba deixando as pacientes mais seguras para caminhar e realizar outras atividades e isso é muito importante na recuperação.
Dr. Reitan Ribeiro

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Mulher vence o ca de ovário e tem filha após os 40 anos

22/10/2017 - 17h43
Reprodução/BBC

Quando Alison Farmer foi diagnosticada com câncer de ovário, aos 40 anos, sua primeira preocupação não foi com sua vida. "Eu nem pensei que poderia morrer. O que mais me preocupava era a possibilidade de não poder mais ter um filho", diz ela.

"Pode parecer estranho, mas era mais importante do que minha vida", afirma.

Quando descobriu a doença, o único sintoma que a britânica apresentava era um pouco de sangramento no meio do ciclo menstrual.

"Meu clínico geral disse que toda mulher tem um pouco. Mas não era normal para mim - e eu acho que é realmente importante que qualquer sintoma ginecológico seja investigado se não é normal para você", conta.

Ela então foi encaminhada para um ginecologista e fez uma histeroscopia e um ultrassom - que encontrou um pequeno tumor em estágio inicial de crescimento.

Alison, que é enfermeira, diz que só foi capaz de pressionar os médicos para que eles pedissem exames porque é "enfermeira e muito segura". Mas ela afirma que todas as mulheres devem insistir em ter sintomas incomuns investigados.

"Se não é normal para você, seja insistente", diz ela.

Dependendo do tipo e do estágio do câncer de ovário, as mulheres podem ser aconselhadas pelos médicos a retirar o útero, o colo do útero, os ovários, as tubas uterinas e o omento (uma película que protege os órgãos abdominais).

Sonho realizado
Mas Alison queria manter o útero pois sonhava em engravidar. Sua sorte foi que sua doença foi diagnosticada em um estágio inicial - o que facilitou o combate ao câncer e permitiu sua total recuperação.

Mesmo assim, ela teve que fazer uma cirurgia e retirar os ovários, as tubas uterinas e o omento.

"Meu cirurgião - que era oncologista ginecológico - foi maravilhoso. Ele disse: 'Eu sei que você ainda tem a esperança de ter um filho. Embora normalmente eu não recomende isso, vou te oferecer essa opção'. Alguns cirurgiões teriam dito: 'Vamos tirar tudo'", conta Alison.

Dois anos depois, com ajuda médica, ela engravidou de sua filha Phoebe, que hoje tem 13 anos.

"Eu fiquei completamente maravilhada", diz Alison.

Annwen Jones, diretora da ONG britânica Target Ovarian Cancer - que visa combater a doença - diz que dois terços das mulheres são diagnosticadas em um estágio avançado, depois que o câncer já se espalhou. Isso dificulta o tratamento.

"Precisamos que mais mulheres estejam cientes dos sintomas do câncer de ovário para que elas sejam diagnosticadas antes. Também precisamos de mais investimento em pesquisa desse tipo específico de câncer", diz ela. A entidade está fazendo campanha para aumentar a pesquisa.

"Isso vai transformar as vidas de milhares de mulheres que lutam conta a doença", diz Jones.

Se tiver esses sintomas, procure um médico:
Inchaço persistente
Perda de apetite - ou sentir-se cheia com pouca comida
Dor pélvica ou abdominal
Vontade de ir ao banheiro com mais frequência
Outros sinais podem incluir:

Diarreia ou intestino preso
Sentir mais cansada que o habitual
Perda de peso sem causa aparente
Esses sintomas precisam ser checados principalmente se:

Acontecem mais do que 12 vezes em um mês
Duram por muito tempo
Não são normais para você
E qualquer tipo de sangramento após a menopausa deve ser investigado pelo seu ginecologista

Fonte:Target Ovarian Cancer




segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A vida tem me ensinado...

Você provavelmente já ouviu falar do ditado: "na vida há duas formas de aprender: pelo amor ou pela dor". Tenho aprendido muito de ambas as formas! 
Acertar não é obrigação. Errar não significa falha. São simplesmente coisas da vida... Sem pressão a gente pode viver a vida como ela deve ser e reconhecer todo o leque de sentimentos que cabem em nosso coração. Mas entre erros e acertos, dá para colecionar bons momentos para nutrir de esperança os dias melhores que virão. 


terça-feira, 17 de outubro de 2017

Sou uma mutante!


Calma, irei explicar o título da postagem! Não sou a mulher lagarto, não possuo super poderes ou algo do gênero, mas descobri, recentemente, que estou entre os 0,1% da população que possue a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2. Essa mutacão aumenta muito o risco de câncer de mama e ovário! Já tive câncer de ovário em 2011, recidiva em 2015 e, para prevenir o câncer de mama, a mastectomia profilática bilateral me foi indicada! Realmente, não é uma decisão fácil! Mas o que fazer quando se tem 80% de chances de se ter câncer de mama? Minha saga continua!

Entenda mais sobre essa mutação no artigo abaixo.


BRCA1 e BRCA2 são genes que todos nós temos, cuja função é impedir o surgimento de tumores através da reparação de moléculas de DNA danificadas. O BRCA1 e o BRCA2 são, portanto, genes que nos protegem do aparecimento de cânceres. Quando um desses genes sofre uma mutação, ele perde sua capacidade protetora, tornando-nos mais susceptíveis ao aparecimento de tumores malignos, nomeadamente câncer de mama, câncer de ovário e câncer de próstata.
O QUE SÃO OS GENES BRCA1 E BRCA2
O câncer é uma doença que surge quando uma célula de um órgão ou tecido sofre mutação, perde suas características básicas e passa a se multiplicar de forma descontrolada, espalhando-se pelo corpo. O câncer surge habitualmente quando o DNA da célula sofre uma lesão.
Como agressões ao DNA celular ocorrem a toda hora, como nos casos de exposição à radiação solar, à toxinas no ar ou nos alimentos, contato com vírus, consumo de drogas (lícitas ou ilícitas), etc., se o nosso organismo não tivesse mecanismos de defesa, todos nós teríamos câncer precocemente. Entre os vários mecanismos contra o surgimento de tumores, estão os anti-oncogenes, genes responsáveis por reparar as lesões do DNA. O BRCA1 e BRCA2 são dois exemplos da família dos anti-oncogenes.
Quando os anti-oncogenes BRCA1 ou BRCA2 sofrem mutação – e já foram identificadas mais de 1000 mutações distintas -, eles perdem a capacidade de suprimir o surgimento de tumores, deixando o indivíduo mais exposto ao desenvolvimento de cânceres, principalmente os cânceres de mama e ovário. A razão pela qual as mutações no BRCA1 e BRCA2 predispõem o desenvolvimento preferencialmente de tumores da mama e do ovário ainda não está esclarecida (como veremos à seguir, outros tumores também estão relacionados aos genes BRCA1 e BRCA2, mas em proporções menores).
O gene BRCA1 ou BRCA2 mutante pode ser passado de uma geração para outra, o que explica a existência de famílias com história de câncer de mama ou ovário em vários dos seus membros. Atualmente já existem testes para identificar a presença de mutações nestes dois genes, servindo para identificar precocemente as mulheres mais susceptíveis aos cânceres de mama e ovário.
Cabe aqui salientar que esta mutação não é muito comum, acometendo apenas cerca de 0,1% da população.

RISCO DE CÂNCER RELACIONADO AOS GENES BRCA1 E BRCA2
As mulheres com mutações BRCA1 e BRCA2 têm riscos significativamente elevados de câncer de mama e de câncer de ovário. O risco de câncer de mama é de 50 a 85% e o de câncer de ovário entre 15 a 45%. Quanto mais tempo a mulher vive, maior será o seu risco de ter câncer. Por exemplo, praticamente todas as mulheres com mutação destes genes que vivem até 90 anos já terão tido pelo menos um episódio de câncer de mama ao longo da sua vida. Há também um risco aumentado de um segundo diagnóstico do câncer de mama, ou seja, a mulher com mutações do BRCA1 e BRCA2 tem alto risco de ter um novo câncer de mama, mesmo que tenha conseguido se curar de um câncer prévio.

Os homens portadores do genes BRCA1 ou BRCA2 mutantes também têm um risco aumentado de câncer de mama, mas em proporções bem menores que nas mulheres, cerca de 10% apenas. Por outro lado, o risco de câncer de próstata é até 5 vezes maior para portadores de mutações no gene BRCA2, e 2 vezes maior para as mutações do gene BRCA1 (leia: CÂNCER DE PRÓSTATA | Sintomas e tratamento).

Há outros cânceres relacionados aos genes BRCA1 ou BRCA2 mutantes, mas a frequência é bem menor. Exemplos são os cânceres de pâncreas, cólon, colo do útero, trompas, vias biliares e melanoma.
CÂNCER DE MAMA E O BRCA1 E BRCA2
De todos os cânceres relacionados às mutações dos genes BRCA1 ou BRCA2, o câncer de mama é claramente aquele com relação mais íntima. Porém, como a mutação do BRCA1 ou BRCA2 está presente em apenas 0,1% da população, a imensa maioria dos casos de câncer de mama ocorre em mulheres sem mutações destes genes. Só conseguimos identificar mutações dos genes BRCA1 ou BRCA2 em cerca de 5 a 10% de todos os casos de câncer de mama.

Resumindo:
1- a grande maioria das mulheres com câncer de mama não tem mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2.
2- a grande maioria das mulheres com mutação dos genes BRCA1 ou BRCA2 terá câncer de mama em algum momento da vida.
Só como comparação, em média, 12 em cada 100 mulheres na população geral terão câncer de mama ao longo da sua vida, enquanto que nas mulheres com mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2 esta taxa é de 60 para cada 100 mulheres.
QUANDO PESQUISAR A MUTAÇÃO NOS GENES BRCA1 OU BRCA2
Como apenas 0,1% da população possui os genes BRCA1 ou BRCA2 defeituosos não é prático nem economicamente viável sair pesquisando o gene indiscriminadamente em todo mundo.
A existência de dois familiares com câncer de mama não é sinônimo de haver uma mutação genética herdada. A maioria das pessoas ou famílias com câncer de mama não têm mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2. Para se pensar na mutação e, consequentemente, na pesquisa dos genes defeituosos, algumas características devem estar presentes:
– Diagnóstico de câncer de mama ou ovário em 3 ou mais membros da família.
– Diagnóstico do câncer de mama antes do 50 anos de idade em pelo menos um membro da família.
– Pessoas com 2 episódios distintos de câncer de mama (não estamos falando em recidiva do primeiro tumor, mas sim em cura e surgimento posterior de um novo câncer).
– Familiares próximos com câncer de mama e câncer de ovário.
– Câncer de mama em homens.
– Câncer de mama nas duas mamas.
– Paciente com câncer de mama e vários familiares com outros tipos de câncer, como pâncreas, próstata ou cólon.
TESTE GENÉTICO PARA MUTAÇÕES DO GENES BRCA 1 OU BRCA 2
A interpretação dos resultados dos testes genéticos para BRCA 1 ou BRCA 2 nem sempre é fácil de ser feita. Os resultados podem ser:
1. Positivo para a mutações reconhecidamente perigosas dos genes BRCA1 ou BRCA2 – Significa que foi identificada na paciente uma mutação que é conhecida por estar associada com um aumento do risco para o câncer de mama ou ovário.
2. Provável negativo – Significa que a paciente não tem uma mutação conhecida do BRCA1 ou BRCA2. Este resultado não exclui a possibilidade da paciente ter um risco hereditário de câncer. Nem todas as mutações são detectadas nos testes atuais. Além disso, há muitas mutações genéticas que ainda não foram descobertas.
3. Negativo real – Significa que uma mutação do BRCA1 ou BRCA2 sabidamente existente em um dos seus familiares foi descartada na paciente. Este resultado geralmente significa que os riscos de câncer de mama na paciente são os mesmos que as de outras mulheres na população em geral.
4. Positivo para a mutação genética de significado desconhecido – Significa que a paciente tem uma mutação genética, mas não se sabe ainda se esta mutação específica aumenta o risco de câncer de mama ou câncer de ovário.
Atenção: um resultado negativo não significa que você não possa desenvolver um câncer, assim como um resultado positivo não quer dizer que você obrigatoriamente irá desenvolver câncer. Nos casos de teste positivo, entre 50 e 85% das mulheres irão desenvolver câncer de mama em algum momento da vida. No caso do câncer de ovário, esta taxa é de 15 a 45% (mais alta no BRCA1 que no BRCA2).
O QUE FAZER QUANDO A PESQUISA GENÉTICA PARA MUTAÇÕES DO BRCA1 OU BRCA 2 É POSITIVA
Quando a paciente recebe a notícia de ter uma mutação reconhecidamente perigosa dos genes BRCA1 ou BRCA2, algumas opções para a prevenção do câncer de mama e de ovário devem ser colocadas à mesa.
a) Rastreio frequente
Mulheres devem seguir a seguinte rotina de rastreio de malignidades:

– Auto-exame da mama mensalmente com início aos 18 anos.
– Exame clínico das mamas por médico experiente duas a quatro vezes por ano, começando aos 25 anos.
– Mamografia ou ressonância magnética da mama a cada seis meses, com início aos 25 anos.
– Rastreio do câncer de ovário com ultra-som transvaginal e níveis sanguíneos de CA-125 duas vezes por ano, com início aos 35 anos (ou 10 anos antes do caso mais precoce da família).
Homens devem seguir a seguinte rotina de rastreio de malignidades:
– Auto-exame da mama mensalmente.
– Exame clínico das mamas por médico experiente semestralmente.
– Mamografia anual, principalmente se houver ginecomastia (leia: GINECOMASTIA (mama masculina)).
– Rastreio apropriado para o câncer da próstata.
b) Cirurgia preventiva
A mastectomia (retirada cirúrgica das mamas) bilateral e a remoção das trompas e dos ovários é uma opção radical, mas com resultados muito favoráveis na prevenção do câncer nas pacientes com mutações dos genes BRCA1 ou BRCA2.
A retirada das mamas reduz em mais de 90% o risco de câncer de mama. A cirurgia mais efetiva é a retirada total da mama, mas técnicas mais modernas, que envolvem a preservação dos mamilos e da pele parece ter resultados semelhantes com menos danos estéticos. A maioria das mulheres pode fazer uma cirurgia plástica reconstrutora após a mastectomia.
Nas mulheres entre 35 e 40 anos, com prole já estabelecida, a retirada dos ovários pode ser também indicada. Este procedimento reduz o risco de câncer de ovário em 90% e também colabora com uma redução de 60% no câncer de mama.
Apesar dos resultados favoráveis, ambas as cirurgias acarretam grande impacto emocional nas pacientes. A mastectomia bilateral pode ter efeitos desfavoráveis tanto na auto-estima quanto na libido da paciente. Já a ooforectomia (retirada dos ovários) leva à menopausa precoce (leia: MENOPAUSA PRECOCE).
c) Prevenção com medicamentos
Um medicamento chamado tamoxifeno pode reduzir o risco de câncer de mama nas mulheres que apresentam mutações do BRCA, embora o grau de redução não esteja ainda claro. Anticoncepcionais hormonais (pílula, adesivo de pele, anel vaginal ou implante) podem diminuir o risco de câncer.

Autor Dr. Pedro Pinheiro  Atualizado em 4 Maio, 2017

domingo, 24 de setembro de 2017

Ser bonzinho demais pode fazer mal!


Provavelmente, você já deve ter ouvido a frase: “bonzinho só se ferra”. Pois bem, existe um certo acordo universal, que parece realmente transformar essa frase em realidade, mas não é por isso que devemos parar de praticar atos bondosos, porém, as vezes, precisamos saber para quem estamos sendo bons para depois não ficarmos nos remoendo de raiva por ter sido feitos de trouxas! Existe muita gente nociva e oportunista por aí...

Por isso, confira a seguir 9 coisas importantes que você precisa parar de fazer por ser bonzinho demais:

1. Dar desculpas para todo mundo.

Você precisa parar de dar razão aos maus comportamentos de outras pessoas contigo.

Algumas pessoas são manipuladoras e más, e vão encontrar em sua bondade uma forma de se aproveitar sempre de você.

2. Manter a paz a todo custo

Você até pode ser uma pessoa que não gosta de brigas e sempre quer manter a paz, porém, vai chegar em alguns momentos que precisa se impor. Pare de fugir de conflitos e se defenda, mesmo que isso vá completamente contra os seus princípios (não estamos falando para cair de mão nos outros, porém,  defender o seu ponto de vista é o ideal).
Não deixem que confundam sua gentileza com fraqueza.

3. Não expressar o que realmente está sentindo

Contanto que você não venha a prejudicar ninguém, diga o que realmente está sentindo. Nem sempre é educado acatar tudo o que lhe dizem, por medo de causar uma má impressão. Às vezes, vale muito mais a pena você expressar seu ponto de vista para que possam entrar em verdadeira sincronia.

4. Tentar ser perfeito

Pare de se rebaixar e ver os outros como pedestais de perfeição. Comece a apreciar melhor seu jeito de viver, suas fraquezas, suas falhas e lembre-se que ninguém é perfeito o tempo todo. Assim, você vai começar a se amar e a viver de uma maneira bem melhor.

5. Tentar fazer todo mundo feliz

Tentar agradar os outros é uma maneira muito baixa de viver. No final do dia, sempre vai ter algum problema com o que você faz ou é. Portanto, lembre-se que ninguém pode fazer os outros felizes todos os dias! O único com que você precisa se preocupar realmente é o seu ‘eu interior’.

6. Sucumbir ao abuso emocional

Você precisa aprender a reconhecer quando alguém está te fazendo mal, está te dominando ou traindo. Impeça que alguém projete suas próprias inseguranças em você, ninguém pode fazer com que você se sinta inferior ao que realmente é.

7. Dizer sim quando na verdade é não

Jamais deixe que alguém te faça se sentir mal quando está certo. Não tem nada de errado em se defender... se você tem sua voz, use-a. Você pode sim dar sua opinião.

Pare de deixar as pessoas fazerem você se sentir mal, por estar recusando algo que realmente não quer.

8. Colocar as necessidades dos outros antes da sua

Claro que isso não é valido para familiares próximos ou filhos. Porém, lembre-se que suas necessidades não serão tão importantes para os outros quanto são para você. Lembre-se que você é um humano como qualquer outro e existe um limite para sacrifícios feitos para os outros.

Não se perca dando sua vida para as necessidades de quem as possa cumprir.

9. Pensar que você não é capaz

Você tem o maior dom de todos, a vida. Então pare de achar que não é digno de ter as mesmas maravilhas que os outros. Use as dificuldades do caminho como motivação, e cada obstáculo vencido é somente um passo a mais em sua vida.

Aprenda a recuperar a própria autoestima e assuma o controle de seu corpo e mente, para assim assumir o controle da própria vida. Lembre-se: Seja bom, mas não seja bobo!




terça-feira, 12 de setembro de 2017

Rucaparib para câncer de ovário recorrente

  • Data: 08 de setembro de 2017
  • Fonte: ESMO 2017

LUGANO-MADRID - A terapia de manutenção de Rucaparib aumenta a sobrevivência livre de progressão no câncer de ovário recorrente mutante de BRCA em 77%, de acordo com os resultados de atraso do teste ARIEL3 relatado hoje no Congresso ESMO 2017 em Madri. (1)
A maioria dos cânceres de ovário apresenta-se como doença avançada e 80% desses pacientes se repetirão após o tratamento de primeira linha. Os pacientes muitas vezes respondem novamente à quimioterapia, particularmente à base de platina, mas quase inevitavelmente recaem novamente e, eventualmente, morrem de sua doença. São necessários tratamentos de manutenção para reduzir a recorrência em pacientes que já recaíram.
A enzima PARP ajuda a iniciar o reparo do dano do DNA para que as células possam continuar a se dividir. Os processos de reparo do DNA são inerentemente prejudicados em células tumorais com mutações BRCA. Os inibidores de PARP, como o rucaparib, bloqueiam o reparo do DNA e as células com mutações BRCA morrem.
Pouco mais de 20% dos pacientes com câncer de ovário apresentam mutações BRCA e são suscetíveis a inibidores de PARP. Alguns outros com a doença também são suscetíveis, como pacientes que respondem a quimioterapia à base de platina e aqueles com alto grau de perda genômica de heterozigosidade (LOH), o que significa que o DNA do tumor está marcado e os mecanismos de reparo do DNA são defeituosos.
ARIEL3 incluiu 564 pacientes com câncer de ovário de alto grau que responderam a quimioterapia à base de platina na segunda ou terceira linha de tratamento. Os pacientes foram randomizados 2: 1 para terapia de manutenção de rucaparib ou placebo. O desfecho primário foi a sobrevivência livre de progressão, que foi medida sequencialmente em três grupos se o benefício fosse encontrado no grupo anterior: 1) mutante BRCA; 2) BRCA mutante ou BRCA tipo selvagem com LOH alto (em conjunto chamado de recombinação homóloga deficiente ou HRD); 3) intenção de tratar (população de estudo inteira).
Rucaparib levou a uma melhoria estatisticamente significativa na sobrevivência livre de progressão em todos os três grupos. A sobrevida livre de progressão aumentou de 5,4 meses para 16,6, 13,6 e 10,8 meses nos grupos 1, 2 e 3, respectivamente, com taxas de risco de 0,23, 0,32 e 0,36, respectivamente.
"A melhora na sobrevivência livre de progressão foi maior no grupo mutado BRCA, que teve um aumento de 77%, mas foi observado em três subgrupos que foram avaliados", disse o primeiro professor Prof Jonathan Ledermann, professor de oncologia médica, UCL Cancer Institute , Londres, Reino Unido.
Em análises exploratórias, os pacientes sem mutações BRCA (tipo selvagem) foram divididos em indivíduos com LOH alto e baixo. Como esperado, os pacientes com LOH alto apresentaram maior melhora na sobrevida livre de progressão do que aqueles com LOH baixo. Mas em subgrupos LOH altos e baixos, o rucaparib foi significativamente maior que o placebo estatisticamente.
Ledermann disse: "Esperávamos que o teste LOH distinguisse os respondentes de não respondedores, mas os grupos LOH alto e baixo se beneficiaram. No entanto, a magnitude do benefício de sobrevivência livre de progressão foi maior nos pacientes de alto padrão tipo BRCA / LOH ".
Rucaparib foi bem tolerado e apenas 13% dos pacientes tiveram que interromper a medicação devido a efeitos colaterais. O perfil de segurança do rucaparib em ARIEL3 foi consistente com os estudos anteriores da fase II.
Ledermann concluiu: "Os inibidores de PARP são o maior desenvolvimento na terapia do câncer de ovário desde a introdução de medicamentos de platina no final da década de 1970 e início da década de 1980. Rucaparib é claramente um membro exemplar dessa excitante classe de drogas que pode ser usada para tratar mulheres com câncer recorrente de ovário na configuração de manutenção ".
Comentando sobre os resultados, o Dr. Andrés Poveda, Chefe da Clínica de Câncer Ginecológica, Instituto de Fundação de Oncologia de Valência, Espanha, Presidente do Intergrupo de Câncer Ginecológico (GCIG), Membro da Faculdade de Ciência da Ceira de Ginecologia da ESMO, afirmou: "O ARIEL3 conseguiu uma diminuição enorme no risco de recaída com rucaparib. Todos os subgrupos de pacientes se beneficiaram, especialmente aqueles com mutações BRCA, mas também pacientes com deficiência de recombinação homóloga (DRH) ".
"Na Europa, o inibidor PARP olaparib é licenciado como terapia de manutenção, mas apenas para pacientes com mutações BRCA germinativas", acrescentou. "Estamos aguardando uma decisão sobre o niraparib, outro inibidor de PARP. A adição de rucaparib expandiria a população de pacientes que receberam benefícios desse tipo de drogas ".
Poveda concluiu: "Medicina personalizada chegou ao câncer de ovário grave de alto grau. São necessários mais estudos para identificar biomarcadores preditivos de resposta a inibidores de PARP. Especificamente, precisamos saber se existem fatores não-HRD que prevêem a resposta ".
-FIM-

ESMO 2017 - Novidades para tratamento cânceres ginecológicos



O Dr. Fernando Cotait Maluf traz algumas novidades sobre tratamento oncológico, direto do congresso anual da European Society for Medical Oncology - o ESMO 2017. Ele destaca os importantes avanços nos cuidados dos cânceres ginecológicos, entre eles, o de ovário.


quinta-feira, 31 de agosto de 2017

20 dores no corpo que podem estar ligadas às emoções

A dor fala mais do que estamos vivendo do que se imagina.

Se você está sofrendo com algum tipo de dor, este post pode ajudar a encontrar a causa.

Não se assuste se essa causa não for uma inflamação ou lesão, mas um problema emocional.

1. Dores musculares: revela que a pessoa está com dificuldades em aceitar mudanças.A pouca flexibilidade na vida pode ser prejudicial, procure se adaptar às novas situações.

2. Dor de cabeça: você tem uma decisão a tomar?

Então se posicione!

A tensão provoca estresse. Procure relaxar e deixar a mente mais leve.

3. Dor de garganta: esta é uma dor bem comum e pode ser o indicador de que você está com problemas de perdoar, seja os outros ou até a si mesmo(a).

Reflita sobre o amor e a compaixão.

4. Dor nas gengivas: talvez seja a dificuldade de tolerar ou de tomar decisões.

A indecisão e o desconforto causado por ela são muito perigosos!
Cuidado!

5. Dor nos ombros: pode indicar uma sobrecarga emocional.

Não carregue tanto peso sozinho(a), distribua.

Além disso, não acumule problemas, resolva-os.

6. Dor de estômago: parece engraçado, mas é real.

Se você não "digeriu" bem alguma situação ruim, pode ter dores no estômago.

7. Dores na parte superior das costas: procure alguém para compartilhar os problemas e alegrias.

Este pode ser o indício de que você precisa de apoio emocional.
8. Dor na região lombar: pode ser sinal de falta de dinheiro ou de apoio emocional.
Seja otimista e reaja.

9. Dores no sacro e cóccix: há situações que precisam ser resolvidas e você está ignorando?

Pense bem.

10. Dor de cotovelo: outra parte do corpo que está bem relacionada à resistência a mudanças.

Ouse!

Se não for possível, pelo menos trabalhe sua mente para se ver livre do que está pressionando.

11. Dor nos braços: é pesado carregar algo ou alguém com muita carga emocional.

Veja se é necessário mesmo fazer isso.

Reflita sobre o assunto.

12. Dor nas mãos: mostra falta de conexão com as pessoas ao seu redor.

Procure fazer novos amigos e estreitar os laços de amizade com os mais antigos.

13. Dor nos quadris: se você anda com medo de agir, isso pode resultar em dor nos quadris.

Está pensando em novas ideias?

Posicione-se! Isso vai lhe dar grande alivio.

14. Dor nas articulações: músculos e articulações são flexíveis.

Seja como eles: procure novas experiências na vida - com responsabilidade.

15. Dor nos joelhos: provavelmente seja o orgulho.

O que acha de ser humilde e aceitar as diferenças e circunstâncias?

Sabemos que não é fácil.

No entanto, é necessário.

Você é mortal, como todos os outros - não perca tempo e viva em amor.

16. Dor de dente: pense positivo.

Se estiver em situações difíceis, tenha fé que tudo será resolvido.

Esta dor simboliza um fato que não está agradando a você.

17. Dor no tornozelo: seja mais tolerante com si mesmo(a).
Permita-se ser feliz e não cobre tanto.

O que acha que dar um toque especial na vida amorosa?

18. Dor que causa fadiga: viva novas experiências.

Livre-se do tédio!

19. Dor nos pés: um novo passatempo ou um animalzinho de estimação pode pôr fim à vida deprimida de qualquer pessoa.

Não permita pensamentos negativos, e os positivos farão você "voar".

20. Dores em várias partes do corpo: nosso corpo é formado por energia.

Se você estiver uma pessoa muito negativa, vai sofrer dores e ter uma queda na imunidade.

Cuidado!

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Exame de sangue em estudo pode detectar câncer em estágio inicial


Teste identifica rastros do código genético de vários tipos de tumores. Biópsia líquida deve estar disponível aos pacientes no prazo de 2 a 5 anos.
Um dos centros de pesquisas médicas mais importantes do mundo anunciou nesta quarta-feira (16) o desenvolvimento de um exame de sangue que pode descobrir o câncer bem no começo.
Quando se trata de câncer, que mata mais de oito milhões de pessoas no mundo todos os anos, os médicos têm um desafio em comum: como detectar a doença antes de o paciente apresentar sintomas? Os exames atuais, muitas vezes, não conseguem identificar tumores em estágios iniciais.
Só que isso está para mudar. Os pesquisadores transformaram um simples exame de sangue em uma nova forma de fazer diagnóstico. Tumores, mesmo nos estágios iniciais, liberam partículas de DNA no sangue. Agora, essas pistas genéticas estão sendo identificadas com alta precisão.
O doutor Alessandro Leal foi oncologista no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulox, e agora faz parte da equipe do Hospital Johns Hopkins, um dos mais importantes do mundo. Ele participou da pesquisa divulgada nesta quarta-feira (16), que conseguiu melhorar e acelerar o relógio do diagnóstico do câncer.
“Nós temos uma precisão de quase 100% em dizer que essa alteração vem de uma célula tumoral”.
Os pesquisadores conseguiram criar um método minimamente invasivo, que identifica rastros do código genético de vários tipos de tumores no sangue.
“Nós utilizamos informação de DNA de 200 pacientes com tumores de mama, ovário, intestino e pulmão. São cânceres extremamente frequentes na população e, quando diagnosticados em fase avançada, a chance de cura é praticamente zero”, conta Alessandro Leal.
Ao detectar o câncer em estágio inicial, a chamada biópsia líquida pode aumentar as chances de cura e sobrevida. Segundos os pesquisadores, o novo exame deve estar disponível para pacientes em um prazo de dois a cinco anos.

13 coisas para lembrar quando alguém que amamos tem câncer

Por: Equipe Oncoguia

Quando alguém que amamos se depara com algo tão desconhecido e imprevisível quanto um diagnóstico de câncer, tudo a sua volta parece desmoronar! O que você faz? O que você diz? Como você pode ajudá-lo? Como você pode se ajudar?

Se você está passando por essa situação, aqui estão algumas coisas que você deve se lembrar:

Esqueça tudo o que você acha que sabe sobre o câncer

Cada caso é um caso. Não existe uma regra quando se fala de câncer. E a interpretação também pode variar. Você encara a situação de um jeito, mas seu ente querido pode encarar de outro, completamente diferente. Você pode ler inúmeros livros e artigos sobre a doença, mas a verdade é que cada caso é um caso, afinal o câncer se comporta de maneira imprevisível, seja para melhor ou para pior.

Pessoas com câncer não querem falar apenas sobre o câncer

As pessoas que estão enfrentando um câncer não querem conversar apenas sobre a doença. Muitas vezes elas só querem falar sobre as mesmas coisas que pessoas saudáveis falam, como, por exemplo, seu time favorito ou o último filme que assistiram. Guarde a "conversa sobre o câncer”  para a próxima consulta médica... a menos que ela queira falar sobre a doença.

Às vezes a única coisa que você precisa fazer é escutar

Uma pessoa com câncer provavelmente entende que você não compreende de fato o que ela está passando, assim como também não espera conselhos que não foram pedidos, muito menos  uma enxurrada de mensagens motivacionais. Algumas vezes essas pessoas precisam apenas de alguém para ouvi-los. Ser essa pessoa é mais importante do que você imagina.

Alguém com câncer precisa de encorajamento, não de conselhos

Se seu ente querido tem um médico de confiança, ele provavelmente irá aconselhá-lo adequadamente sobre a doença. De você, ele pode querer apenas força: alguém que segure a barra com ele. Alguém que diga "eu estarei sempre ao seu lado, nós vamos passar por isso”.

Um pequeno gesto pode ser um grande gesto

Um gesto simples como pegar o jornal ou dar uma passada pra ver se está tudo bem pode significar para ele muito mais do que você imagina. São as pequenas coisas as que realmente fazem a diferença.

Esteja atento

Seu ente querido nem sempre se sente confortável ou capaz de pedir ajuda. Fique atento, por suas palavras ou sua expressão corporal que podem dizer muitas coisas. Alguém acostumado a ser independente pode não se sentir confortável quando percebe que está começando a depender dos outros para fazer coisas que antes faziam sozinhos. Ofereça ajuda. Pergunte o que ele precisa!

Seja paciente

Assim como você, a pessoa com câncer também não sabe como lidar com a doença na maioria das vezes. Muitas vezes as pessoas acabam frustradas e isso também acaba refletindo. Seja paciente. Respire fundo e siga em frente. Cuidar de alguém com câncer é uma tarefa cheia de reviravoltas e becos aparentemente sem saídas. Não é fácil, mas você pode tornar as coisas um pouco menos difíceis!

Seja positivo

Isso não significa que você precisa manter um discurso motivacional o tempo todo ou evitar falar sobre as coisas negativas que estão acontecendo. Apenas ajude a deixar o ambiente mais leve. Dê incentivo quando perceber que ele está passando por um momento particularmente difícil, assim como você gostaria que fizessem com você. Avise que você está ali para ajudar, no que precisar.

Saiba o momento de dar espaço

Não leve para o lado pessoal se o seu ente querido aparenta estar querendo te afastar. Provavelmente não é a intenção dele. Todo mundo sofre do seu jeito, e as vezes, a pessoa pode estar precisando apenas ficar sozinho. Respeite as suas necessidades e deixe claro que, se precisarem, você está disposto ajudar. Mas não insista.

Não diga que você sabe o que o outro está passando

Cada câncer é um câncer e cada um lida com isso da sua maneira. O mesmo tipo de câncer pode afetar os indivíduos de forma diferente. Você pode até ter passado por experiências traumatizantes ou até mesmo ter vencido um câncer, mas essa não é a hora de resgatar essas experiências para mostrar a seu ente querido que você entende o que ele está passando.

Respeite suas decisões, mesmo não concordando

Uma coisa é fato: as decisões sobre o tratamento são do paciente. Se ele tomou uma decisão sem pedir a sua opinião, ou até mesmo se você não concorda com a conduta do tratamento, essa não é a hora de dar a sua opinião. As pessoas que estão passando por isso acabam perdendo o controle de muitas coisas na sua vida, então deixe que pelo menos isso ele possa decidir. Essa momento pertence a eles.

Você também precisa de apoio (mas não de seu ente querido que está com câncer)

O diagnóstico da doença de um ente querido pode realmente te abalar. Não é fácil cuidar de alguém querido e ter que lidar com os próprios sentimentos ao mesmo tempo. Você também pode precisar de apoio, isso é normal, mas buscar ou esperar esse apoio justamente dessa pessoa que precisa tanto do seu apoio não é oportuno. Procure outra pessoa, um amigo, um familiar, ou até mesmo um profissional se achar necessário. Essa ajuda pode ser essencial para te dar forças para ajudar quem mais precisa de você.

Ainda existe uma pessoa atrás de tanto sofrimento

E é uma pessoa muito querida. O tratamento e a doença por si só já são capazes de mudar uma pessoa. As vezes esse impacto é tão grande que você não é mais capaz de reconhece-la. Mas ela ainda está lá. Ainda é a mesma pessoa que você conhece e tanto ama. Releve as mudanças negativas. Acima de tudo, lembre que apesar do que possa acontecer, vocês vão passar por isso juntos e logo as coisas voltarão a ser como antes, ou até melhor.

Conheça o Instituto Oncoguia:www.oncoguia.org.br

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Meus projetos...



Dei-me conta que meus atuais projetos são todos a curto prazo: de quatro em quatro meses!
Que loucura isso!
É isso mesmo.  Não é pessimismo não.  É realidade. Depois que o câncer vem uma vez,  ele fica na espreita,  esperando outra oportunidade para entrar em cena. Se vai esperar um ano ou dez, ou vai sumir de vez,  é uma incógnita. Mas não podemos deixar de planejar, devemos viver intensamente cada minuto. Nosso futuro passa a ser um talvez. Não temos como fugir disso. A gente sempre espera que tudo vá ficar bem e vamos em frente. Vamos desafiando o futuro e fazendo o que nos faz feliz.
(Colaboração de Marcia Presley)

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Especialista do Japão expõe limitações e avanços no manejo do câncer ovariano

Resultado de imagem para Keiichi Fujiwara
Em entrevista exclusiva à Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), o Dr. Keiichi Fujiwara, professor associado do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Kawasaki Medical School, em Kurashiki-City, Japão, comenta as principais novidades em câncer de ovário. Por sua atuação na área clínica e em pesquisa, o Dr. Fujiwara tornou-se membro do grupo de trabalho de câncer ovariano do Instituto Nacional do Câncer (NCI) dos Estados Unidos. Também é presidente do Departamento de Oncologia Ginecológica da Saitama Medical University. A seguir, o especialista destaca as limitações e os avanços em rastreamento, preservação da fertilidade, benefícios e malefícios da hormonioterapia, potencial dos testes genéticos, terapias-alvo e imunoterapia.

O rastreamento ainda é um grande desafio quando se pensa em câncer de ovário? Quais são as perspectivas de avanço a esse respeito?

A triagem para câncer de ovário ainda é desafiadora. Algumas pesquisas demonstraram que a combinação do padrão de mudança de CA125 e o uso de ultrassonografia pode ser útil, mas até agora não se tornou padrão.

Como é a relação entre tratamento e preservação da fertilidade hoje?

A preservação da fertilidade é considerada quando a paciente possui tumores de células germinativas (e não um câncer epitelial comum), mesmo na doença avançada. No entanto, nos casos de câncer epitelial, somente pacientes com doença em estágio IA podem ser candidatas à preservação da fertilidade.

Como você avalia a relação entre tratamentos hormonais (contraceptivo, reposição hormonal pós-menopausa) e mortalidade por câncer de ovário?

Sabe-se que o uso de contraceptivos reduz o risco de câncer de ovário em um terço. Em relação à terapia de reposição hormonal, o risco de ocorrência de câncer de ovário é controverso, mas ela pode conferir maior risco. O uso da terapia de reposição hormonal após o tratamento do câncer de ovário também é controverso. Portanto, é recomendável fazer um julgamento de seu uso com base nos benefícios de acordo com o perfil da paciente, a partir de critérios tais como idade e eficácia de tratamentos anteriores.

Quais os progressos obtidos nos últimos anos em relação às terapias-alvo e à imunoterapia?

A principal notícia relacionada ao câncer de ovário é que um dos inibidores de PARP, o olaparibe, tornou-se disponível para pacientes com câncer de ovário de caráter recorrente sensível à platina e que possuem mutação germinativa do gene BRCA. Até agora, todos os agentes imunoterápicos estão sob investigação para o câncer de ovário.

Qual é o potencial dos testes genéticos para prevenir e tratar o câncer de ovário?

A mutação BRCA1 ou BRCA2 será o teste genético potencial para todas as pacientes com câncer de ovário epitelial, pois agora é sabido que elas poderiam ser o alvo do inibidor de PARP, que se tornou disponível para aquelas pacientes com mutações germinativas em BRCA. Para as mulheres que têm uma história familiar significativa de câncer de mama ou câncer de ovário, será relevante ter o teste genético para BRCA. O teste deve ser realizado na clínica ou hospital onde o aconselhamento genético apropriado estiver disponível.

A cirurgia de remoção de ovário é uma medida preventiva importante? Considera-se que a remoção do ovário é eficaz para prevenir o câncer em mulheres que sabem ter mutação germinativa nos genes BRCA. No entanto, é importante considerar que a probabilidade de desenvolver câncer de ovário aos 70 anos é de apenas 35% a 46%para as mulheres com mutação BRCA1 e de 13% a 23% em mulheres com mutação BRCA2. O risco e o benefício da cirurgia preventiva de remoção de ovário devem ser profundamente discutidos com os médicos.
Fonte: Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica - 08/08/2017

CABELOS APÓS A QUIMIOTERIA: o que pode e o que não pode? – com Dr.ª Roberta Peres.

Depois do câncer e o tratamento oncológico, o cabelo muda de textura?  Nasce mais branco? Será que pode pintar o cabelo após a quimioterapia? A equipe do Viver Eu Quero tem recebido muitas dúvidas sobre tratamentos estéticos após a quimioterapia ou radioterapia e decidimos fazer um especial de matérias sobre tema.

Hoje começaremos especificamente com o tema cabelos e pêlos.

Levamos as dúvidas dos nossos leitores à Dr.ª Roberta Peres, dermatologista especializada em medicina estética e que já possui a experiência de tratar, em sua área, diversos pacientes oncológicos.

Bora conferir!




VIVER EU QUERO (VEQ) –  É verdade que o cabelo pode voltar diferente? Quem tinha cabelo liso pode ficar com cabelo cacheado e vice-versa? Há uma explicação científica para este fenômeno?

DR.ª ROBERTA PERES  (RP) – “É verdade sim. A quimioterapia altera as células germinativas do couro cabeludo, de forma que elas acabam morrendo. Quando os fios voltam a crescer, eles crescem em ciclos diferentes, primeiro mais grossos, depois mais finos, o que deixa o cabelo desigual. Além disso, ocorre uma redução da espessura do fio, por isso, é normal o cabelo ficar mais ondulado e um pouco mais frágil no início.”

(VEQ) – E quanto à pigmentação? Muitos pacientes reclamam que o cabelo retorna com mais fios brancos. É um fato?

(RP) – “Sim, mas a tendência é normalizar.”

(VEQ) – Pacientes que tiveram um câncer nunca mais poderão pintar os cabelos ou usar outros produtos químicos? Há alguma evidência de que o uso de tais produtos propicie uma recidiva?

(RP) – “Não. Eu recomendo pintar os cabelos somente após 3 meses do término do tratamento, pois os produtos químicos podem ferir o couro cabeludo e enfraquecer a estrutura dos fios novos.

Quanto ao segundo questionamento, não, não há evidência.”

(VEQ) – Como fica a questão do crescimento dos cabelos ou pêlos na área irradiada? Eles voltam a crescer?

(RP) – “A área irradiada é dose dependente, mas normalmente os pêlos não voltam a crescer na área irradiada.”

 (VEQ) – Há procedimentos ou tratamentos que favoreçam um crescimento mais acelerado após os tratamentos oncológicos? Existe contraindicações?

(RP) – “Sim. Diversas vitaminas são essenciais para o crescimento do cabelo, como as vitaminas do complexo B e as vitaminas A, C, D e E, pois ajudam a manter a pele e couro cabeludo saudáveis, além de fortalecerem os fios de cabelo. Elas também são importantes para o sistema imunológico, ajudando na recuperação e no fortalecimento do corpo. Além de uma alimentação saudável é importante lançar mão dessas vitaminas na fórmula de cápsulas. Outras medicações também podem ser prescritas para aumentar a densidade dos fios e ajudar no crescimento. Existem ainda tratamentos com laser e LED que podem ser feitos com resposta satisfatória.”

(VEQ) – Quanto aos cílios e sobrancelhas, existem produtos no mercado que prometem especificamente o alongamento desses fios (para qualquer pessoa, independentemente de seu histórico clínico). Pacientes oncológicos podem lançar mão de tais produtos?

(RP) – Não recomendo o uso desses produtos durante o tratamento, pois os cílios irão cair independente de seu uso, mas após o término o paciente pode usar sim.

(VEQ) – Muitos pacientes ficam divididos entre fazer o que julga ser mais natural  (sob a ótica de que o “natural” é um sinônimo de “saudável”) e o que lhe deixa psicológica e emocionalmente mais satisfeito, como por exemplo, simplesmente pintar os cabelos brancos (o que comumente deixa o paciente mais à vontade com sua autoimagem).
A psiquê também integra a saúde de qualquer ser humano e isso nos leva a questionar: com bom senso, os cuidados estéticos não colaboram para a saúde desta pessoa?

(RP) – “Acredito sim que os cuidados estéticos quando orientados por profissional adequado ajudam (e muito) o paciente oncológico, uma vez que elevam a autoestima e melhoram o humor da paciente. Pacientes felizes lidam melhor com sua doença, e não há nada mais gostoso do que olhar-se no espelho e sentir-se bem. Tudo que é feito com moderação e bom senso ajudam o paciente nessa difícil jornada.”

VIVER EU QUERO (VEQ) – Alguma outra consideração a respeito do tema ou uma mensagem final para nossos leitores?

(RP) –  “Olhar a vida com bom humor, atitudes positivas e agradecer a Deus sempre!”

E aí gostaram?

Fonte: https://vivereuquero.com/a-autora/

Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...