quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Cuidados paliativos!





O paciente com câncer apresenta uma enorme quantidade de sinais e sintomas de ordem física, emocional, psicológica e espiritual que surgem desde antes do diagnóstico e podem se estender durante toda a evolução da doença, e, inclusive, afetar diretamente a rotina e harmonia familiar. Esses sintomas também podem trazer uma piora na qualidade de vida e na resposta ao tratamento e, por isso, devem ser prevenidos para que seja possível evitar ou minimizar o sofrimento.
O termo “Paliativo” vem de origem latina (origem “Pallium”), que significa manto – e traz a ideia de proteção em cuidados que possibilitem prevenir e aliviar o sofrimento. O Cuidado Paliativo está dirigido ao alívio do sofrimento e da “dor total”, conceito que descreve todos os aspectos vivenciados em especial pelo paciente portador de câncer. 
No serviço de Cuidados Paliativos do Hospital A.C.Camargo o paciente encontra atendimento integral e personalizado oferecido por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar de forma ativa, contínua, dinâmica e preventiva.  O objetivo é ajudar cada paciente e familiar individualmente a viver da melhor forma possível após o diagnóstico do câncer e em cada momento do tratamento de sua doença. O tratamento paliativo é utilizado em conjunto com o tratamento oncológico ativo, ou seja, a quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, e sua importância aumenta em função do tipo do tratamento e do momento da doença. A transição do cuidado ativo para o cuidado paliativo é um processo contínuo e sua dinâmica difere para cada paciente.
Ontem, dia 27/02/13, passei em consulta com a Dra. Sandra Caires Serrano, da área de cuidados paliativos do ACCamargo, e de cara gostei muito dela! Fui encaminhada para esta consulta pela oncologista que me acompanha, Dra. Milena. O motivo da consulta foi pelo fato de eu não ter me adaptado com os medicamentos para controle dos sintomas das sequelas deixadas pelo tratamento cirúrgico e quimioterápico (neuropatia, fogachos, edema e dor nos pés e pernas), pois as reações aos medicamentos eram tantas que eu tive que parar o tratamento. A Dr. Sandra leu o meu prontuário e me fez várias perguntas sobre os meus sintomas e sobre as reações que surgiram com os medicamentos, anteriormente prescritos. Após examinar as minhas pernas e pés, conversou bastante comigo e prescreveu novos medicamentos. Ela me disse que iremos testando os medicamentos até encontrarmos um com o qual eu me adapte, a fim de melhorar a minha qualidade de vida.
Já comprei os medicamentos e começarei a tomá-los ainda hoje! Espero que eu me adapte com eles, pois ninguém merece conviver com dor, formigamento, caimbras, inchaço e com os malditos fogachos, não é??? rsrs

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

"Grandes batalhas só são dadas a grandes guerreiros!" (Gandhi)

Um guerreiro é uma pessoa habitualmente envolvida em guerra e/ou com habilidades para engajar-se em combate.
Diferentemente dos grandes guerreiros da história, dos guerreiros da mitologia, ou mesmo, dos guerreiros imortais das estórias em quadrinhos, um guerreiro contra o câncer é um guerreiro sem armas, sem armadura, que trava intenso combate contra  um inimigo invisível, que está dentro do seu próprio corpo.  Muitas vezes esse guerreiro pode estar cansado e exaurido da batalha, mas sua fé em seus propósitos, o faz levantar novamente e a caminhar firme e forte, com a crença de que tudo pode, que tudo consegue.. Ele sabe que "cada  lágrima que rola nada mais é que um desabafo de sua alma cansada por um corpo sem culpa"! E, entre uma batalha e outra, aproveita os momentos de folga para viver intensamente a vida, com sua incrível habilidade de ser feliz por nada!  E nesses momentos, livre da couraça de guerreiro, pode até querer ser simplesmente um ser frágil, que precisa de colo, de um afago, de um abraço, deixando que seus olhos reflitam a fragilidade e a delicadeza de sua alma!



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Márcia Cabrita retoma tratamento de câncer no ovário, diz jornal


Segundo o Diário de S. Paulo, atriz teve de se afastar de espetáculo para se cuidar
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R7 21/02/2013 - Márcia Cabrita teve de se afastar da peça Bonifácio Bilhões, em cartaz no Rio e com José de Abreu no elenco, para retomar o tratamento do câncer no ovário, descoberto em 2010. A informação é do jornal Diário de S. Paulo.
Ainda de acordo com a publicação, a atriz tem ministrado algumas palestras ligadas ao tema da doença.
— É divertido e acabo por ajudar pessoas. Os meus valores são os mesmos, eu não me tornei outro ser. Tive uma doença grave, tenho de conviver com médicos e exames para sempre, mas sou a mesma.
Na quarta-feira (20), o jornal O Dia divulgou nota alegando que Márcia Cabrita teria deixado o espetáculo por conta do fracasso de público.


FORÇA MÁRCIA, TORCEMOS POR VOCÊ! QUE DEUS A PROTEJA! FIQUE EM PAZ!


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Apelo à prevenção do câncer de ovário


Nas minhas primeiras postagens, mencionei que o câncer de ovário era um tipo raro e letal de câncer. Com o passar do tempo, pude perceber que não é tão raro assim, embora continue sendo um dos cânceres ginecológicos que mais faz vítimas fatais.
Infelizmente, a cada dia, sou surpreendida com a notícia de mais um caso de câncer de ovário: amigas, amigas de amigas minhas e pessoas que me escrevem através deste blog! 
Pude perceber também que mulheres muito jovens (de 22 a 48 anos) tem sido acometidas com câncer de ovário.
Diante deste quadro, faço um apelo aos leitores deste blog para que divulguem as informações abaixo,  pois as mesmas podem auxiliar como medida preventiva contra o câncer de ovário.

Prevenção:
  • Consultar regularmente o seu médico e efetuar  os exames ginecológicos periódicos. 
  • Nunca ter engravidado aumenta os riscos de câncer de ovário. 
  • 10% dos cânceres de ovário são decorrentes de fatores genéticos familiares.
  • Presença de cistos no ovário maiores que 10 cm e que possuem áreas sólidas.
  • Ficar sempre atenta na presença frequente dos seguintes sintomas:
      1. Dor, pressão ou desconforto pélvico ou abdominal  persistentes;  
      2. Gases, náuseas e indigestões; 
      3. Vontade de urinar freqüente; 
      4. Perda ou ganho de peso inexplicável; 
      5. Pelve ou abdômen inchados e/ou com sensação de cheio; 
      6. Inchaço nas pernas;
      7. Prisão de ventre ou diarreia;
      8. Cansaço constante;
      9. Sangramento vaginal. (menos frequente)
Diante de algum sintoma suspeito, consultar um médico ginecologista, que poderá pedir exame de sangue específico (CA 125) e ultrassonografia transvaginal. Baseado em  um desses testes, poderá ser indicada biópsia (feita por laparoscopia ou laparotomia).

Recomendações:

* Consulte o ginecologista regularmente, já que o câncer de ovário pode não causar sintomas até atingir um estágio avançado;
* Controle o peso e evite alimentos gordurosos, pois há estudos que indicam uma relação entre obesidade, alto consumo de gordura e câncer de ovário;
* Faça exames clínicos e ultrassonografias com mais frequência, se tiver um parente de primeiro grau com história de câncer de ovário e/ou de mama;
* Respeite as datas dos retornos ao ginecologista, especialmente se você faz terapia de reposição hormonal; nesse caso, é maior o risco de a mulher desenvolver câncer de ovário;
* Passe por avaliação ginecológica regularmente, se você tem mais de 40 anos. O prognóstico é sempre melhor, quando a doença é diagnosticada precocemente.


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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Portadores da mutação BRCA podem ter o benefício de sobrevivência maior com cancro do ovário, dizem pesquisadores


Science News - 14 de fevereiro de 2013 - Pesquisadores do Moffitt Cancer Center e colegas em Toronto e da Universidade de Yale estudaram a sobrevivência a longo prazo de mulheres com mutações genéticas BRCA1 ou BRCA2, que foram diagnosticados com câncer de ovário invasivo. 
O estudo foi publicado na edição 16 de janeiro do Journal of the National Cancer Institute .
No geral, 13 por cento dos pacientes com câncer de ovário carregam uma mutação genética herdada, a BRCA. Aqueles com mutações têm um risco de vida de até 44 por cento para o desenvolvimento de cancro do ovário, em comparação com 2 por cento da população em geral.
Segundo os autores, alguns estudos têm sugerido que a sobrevivência de cinco anos de mulheres com câncer de ovário e mutações do gene BRCA é melhor do que o esperado. No entanto, este estudo teve como objetivo determinar se houve qualquer benefício de sobrevivência de longo prazo associados a essas mutações genéticas, e incluiu 1.626 mulheres diagnosticadas com câncer de ovário invasivo. O grupo foi seguido por um período de até 15 anos.
O estudo concluiu que o benefício de curto prazo de transportar uma mutação BRCA não se reflete a longo prazo. Os autores também notaram que, em seu estudo, houve apenas um óbito entre as 309 mulheres que sobreviveram mais de 12 anos após o diagnóstico e sugeriu que uma sobrevida de 12 anos "parece um substituto razoável para a cura."

Avanço no câncer de ovário: Selumetinib


Science News - 14 de fevereiro de 2013 - Pesquisadores da Universidade do Arizona Cancer Center, no Hospital de São José e Centro Médico, em Phoenix, descobriram que muitas mulheres com baixo grau de carcinoma seroso do ovário ou peritônio tiveram seus tumores estabilizados ou diminuídos depois de tomarem uma dose regular do Selumetinib composto.
Os resultados, publicados na edição de 14 de fevereiro, do O Lancet Oncology , mostram que o selumetinib tem como alvo uma mutação na via MAPK para pacientes com baixo grau de carcinoma seroso, permitindo um tratamento em tumores previamente quimio resistentes.
"Esta é uma descoberta potencialmente importante para a Oncologia Ginecológica ", disse John Farley, um oncologista ginecológico da Divisão de Oncologia Ginecológica e do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Creighton, no Hospital de São José e de Medicina Center.

leia o artigo completo

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Droga a partir de nanopartículas de RNA reduz tumores de câncer de ovário em 83 por cento


Science News - Neste processamento, o RNA carregado de "nanolipossomos" (amarelo) são liberados a partir de uma nanopartícula de silício (cinza), perto de células alvo de câncer de ovário (não retratado). Injeções intravenosas da droga  microscópica em animais modelo parecem resultar em uma redução de 36 para 83 no peso do tumor de ovário, dependendo da dose administrada. (Crédito: Haifa Shen e Mauro Ferrari).



12 de fevereiro de 2013 - A nova técnica consiste em usar o RNA (ácido ribonucleico) como um ‘bloco de construção’ para fabricar nanoestruturas. Ao carregar nanopartículas de RNA com silício, os pesquisadores do Hospital Metodista de Houston e outras duas instituições encontraram um novo sistema de entrega de drogas que pode reduzir o tamanho de tumores de ovário em até 83 por cento - e parar o crescimento do tumor resistente a quimioterapia para cancro do ovário.

O estudo, realizado em modelos animais, será publicado na próxima edição da revista Clinical Cancer Research (agora online).

"A resistência às drogas é um grande problema na clínica", disse Mauro Ferrari, Ph.D., um dos autores do estudo. "Nosso trabalho mostra que a proteção dos RNA por mais tempo para que ele possa ir para onde ele deve ir e fazer o seu trabalho no interior das células do câncer não só aumenta o impacto do RNA, mas também torna as células resistentes a drogas de câncer mais sensíveis a medicamentos quimioterápicos usados. "

O Instituto Nacional do Câncer estima que 1 em 72 mulheres nascidas hoje serão diagnosticados com câncer de ovário em algum momento durante suas vidas. A mortalidade é altamente dependente do estadio em que o cancro for detectado, compreendido entre 8,5 e 78 por cento. A resistência às drogas é uma das principais razões para o fracasso quimioterapia em pacientes com câncer de ovário.

O presente trabalho combina tecnologias de nanopartículas desenvolvidas pelo TMHRI e pela Universidade do Texas MD Anderson Cancer Center.

Pesquisadores identificam miR-506 como candidato potencial terapêutico para o câncer de ovário metastático


NCI Cancer Center Notícias, 12 de fevereiro de 2013 - Análise genômica profunda identifica um adversário RNA micro para câncer de ovário


Pesquisadores liderados por MD Anderson Cancer Center empregaram uma extensa análise de informação genômica para identificar um novo grupo de alto risco de pacientes com câncer de ovário, caracterizar seus tumores, encontrar um tratamento potencial e testá-lo em  ratos com a doença. A análise exaustiva que levou ao micro RNA 506 (miR-506) como um candidato potencial terapêutico para o cancro do ovário avançado ou metastático é o artigo de capa na edição de 11 de fevereiro Cancer Cell.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Hospital AC Camargo - Unidade de Santo André



O meu tratamento quimioterápico foi realizado no Hospital ACCamargo, unidade de Santo André!
Atualmente, vou prá lá mensalmente para realizar a limpeza do catéter.
Adoro essa turma! Todos eles (médicos, enfermeiros e auxiliares, recepcionistas, farmacêutica, pessoal da limpeza, da segurança e manutenção) são extremamente educados e atenciosos!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Deixa a vida me levar...



Farei novos exames de acompanhamento no final deste mês e já estou super ansiosa! Putz, que medo! Rsrsr
O motivo de tamanha ansiedade é que para câncer de ovário há recidiva em 75% dos casos após o término do tratamento (de 6 a 24 meses para o estadio III ótimo)! Terminei o tratamento em agosto de 2012, desta forma, completo 6 meses! 
É claro que também devo considerar os 25% de chance de não ter recidiva e tento, a todo custo, me concentrar somente nos 25%! Lembrando que essas são as estatísticas e, as estatísticas não levam em conta a idade, a condição física, ou seja, a individualidade de cada paciente, e isso conta bastante!
Por mais fé que eu tenha, de que tudo dará certo, lidar com a ansiedade não é fácil! Nessas horas eu me lembro daquela música do Zeca Pagodinho "Deixa a vida me levar". Vocês já prestaram atenção na letra? 

Eu já passei por quase tudo nessa vida
Em matéria de guarida espero ainda minha vez
Confesso que sou de origem pobre
Mas meu coração é nobre, foi assim que Deus me fez

E deixa a vida me levar (vida leva eu)
Deixa a vida me levar (vida leva eu)
Deixa a vida me levar (vida leva eu)
Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu

Só posso levantar as mãos pro céu
Agradecer e ser fiel ao destino que Deus me deu
Se não tenho tudo que preciso
Com o que tenho, vivo
De mansinho, lá vou eu

Se a coisa não sai do jeito que eu quero
Também não me desespero
O negócio é deixar rolar
E aos trancos e barrancos, lá vou eu
E sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu

E deixa a vida me levar (vida leva eu)
Deixa a vida me levar (vida leva eu)
Deixa a vida me levar (vida leva eu)
Sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu
_________////_________

De fato, SOU FELIZ E AGRADEÇO POR TUDO QUE DEUS ME DEU!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Convivendo com as sequelas e efeitos colaterais do tratamento...

O tratamento para câncer de ovário (cirurgia e quimioterapia) é bastante agressivo. A cirurgia citorredutora acaba por mudar a anatomia e a alterar o funcionamento do organismo em razão da retirada de vários órgãos: A retirada dos ovários causa a interrupção abrupta na produção de hormônios sexuais (estrógeno e progesterona). Ocorre a menopausa cirúrgica, cujos sintomas são muito mais intensos (fogachos, alterações de humor, secura vaginal, sudorese, osteoporose, acúmulo de gordura no abdômen,  fadiga, ganho de peso, dores articulares, alterações urinárias, depressão e risco de problemas cardíacos). Com a retirada do útero e do colo do útero, ocorre a redução da vagina que é transformada em um bolso fechado e há uma perda de apoio para a bexiga e o intestino. A retirada dos linfonodos da região abdominal compromete a drenagem linfática dos membros inferiores, causando edemas nos pés e pernas. A retirada da vesícula causa alguns problemas digestivos, necessitando de uma dieta controlada e pobre em gorduras. A quimioterapia causa também efeitos colaterais, cuja intensidade varia de pessoa para pessoa, conforme o tipo, localização do câncer, a dose de tratamento e saúde da pessoa. Muitos efeitos colaterais da quimioterapia tendem a desaparecer no final do tratamento. No entanto, alguns podem persistir, retornar, ou surgirem mais tarde. Por exemplo, alguns tipos de quimioterapia estão associadas a danos permanentes em órgãos como o coração, pulmão, fígado, rins e sistema reprodutivo. Além disso, algumas pessoas sentem que as funções cognitivas (como o pensamento, concentração e memória) permanecem como um desafio por meses ou anos após o tratamento. Enquanto isso, alterações no sistema nervoso podem se desenvolver meses ou anos após o tratamento, pois os nervos são danificados (neuropatia), podendo causar os seguintes sintomas: formigamento, queimação, fraqueza ou dormência de mãos e pés, fraqueza, dores musculares, cansaço, perda de equilíbrio e dificuldades para andar, agitação ou tremores, torcicolo, dor de cabeça, problemas visuais, dificuldade auditiva.
Além das sequelas, que são irreversíveis, continuo sentindo a maioria dos efeitos colaterais da quimioterapia citados acima e, em razão disso, a minha médica oncologista me manteve afastada do trabalho, pois ainda não foi possível acertar em um medicamento para amenizar alguns dos sintomas (neuropatia e fogachos).
Passarei em consulta com uma médica especialista em cuidados paliativos, no Hospital AC Camargo, e minha esperança é que ela consiga acertar em um medicamento que possa amenizar esses sintomas sem me causar tantos outros efeitos colaterais, além dos que já possuo em razão da quimio, como os causados pelos medicamentos Venlafaxina, Gabapentina e Lyrica.



sábado, 2 de fevereiro de 2013

Imunoterapia de duas fases ataca cancer de ovário avançado

Science Daily, 31 de janeiro de 2013 - A maioria das pacientes com câncer de ovário são diagnosticadas com a doença em estágio avançado e que não respondem às terapias existentes. Em um novo estudo, pesquisadores da Escola de Medicina de Perelman na Universidade da Pennsylvania  mostram que um tratamento imunoterápico personalizado em duas fases - uma vacina de células dendríticas (são células imunes que fazem parte do sistema imunológico)com tumor dos próprios pacientes, seguido por terapia adotiva de células T - provoca respostas imunes anti -tumorais neste tipo de pacientes. Quatro das seis pacientes tratadas no estudo responderam à terapia. Os investigadores relatam suas pesquisas este mês no periódico OncoImmunology.
"O que se provou neste estudo foi  que esta é uma estratégia de tratamento seguro", diz o primeiro co autor Lana Kandalaft, PharmD, MTR, PhD, professor assistente de pesquisa de Obstetrícia e Ginecologia e diretor de desenvolvimento clínico no Centro de Pesquisa do cancro do ovário. "É um passeio no parque para os pacientes, especialmente em comparação com quimioterapias padrão e tratamentos cirúrgicos para o câncer de ovário -. Literalmente, alguns pacientes deixou a clínica e saiu para uma caminhada em um parque próximo, após o seu tratamento"
Os resultados seguem a pesquisa do autor sênior do estudo, George Coukos, MD, PhD, diretor do Centro de Pesquisa do cancro do ovário em Penn, que mostrou em 2003 que as mulheres cujos tumores foram infiltrados por células saudáveis ​​do sistema imunológico, chamadas de células T, tendiam a viver mais tempo do que as mulheres cujos tumores eram desprovidos de células T. Essa observação e outras subseqüentes sugerem que o sistema imunológico do paciente está tentando combater a doença mas não consegue reunir a força para vencê-lo. Portanto, os investigadores têm tentado encontrar formas utilizando células tumorais das suas próprias pacientes para aumentar a potência do sistema imunológico.
No estudo atual, Coukos, Kandalaft, co-primeiro autor Daniel J. Powell Jr., PhD, professor assistente de Patologia e Medicina Laboratorial, e colegas trataram seis mulheres com câncer de ovário avançado em um protocolo de dois estágios de imunoterapia em que é utilizada uma vacina de células dendríticas criada a partir do tecido do tumor do próprio paciente, que foi armazenada no momento da cirurgia. Todos os cânceres dessas mulheres tinham progredido durante o cuidado quimioterapico.
No primeiro segmento do estudo, a equipe preparou uma vacina de células dendríticas individualizada para cada paciente. Eles colheram células dendríticas de cada paciente usando aférese, o mesmo processo pelo qual voluntários passam quando doam plaquetas ou outros produtos do sangue, como os coletados para transplantes de células-tronco. Kandalaft e colegas expuseram as células dendríticas de cada paciente ao extrato produzido a partir do tumor da própria mulher, que ensina às células dendríticas quem é o inimigo. Após esse condicionamento, os investigadores vacinaram cada paciente com suas próprias células dendríticas e deu-lhes um regime de quimioterapia, combinando bevacizumab e ciclofosfamida. Como as células dendríticas são como os generais do sistema imunológico, então elas induzem outras células do sistema imunológico a assumir a luta.
Das seis pacientes que receberam a vacina de células dendríticas, quatro desenvolveram uma resposta imune anti-tumor, indicando que a abordagem estava funcionando. Uma dessas pacientes não tinham doença mensurável no início do estudo porque tudo tinha sido removido com êxito durante a cirurgia. Ela permanece hoje em remissão há 42 meses após o tratamento com a vacina. As outras três que tiveram uma resposta imunitária à vacina ainda apresentavam doença residual e foram para o segundo segmento de tratamento.
A equipe colheu  células T de cada uma destas três mulheres. Utilizando uma técnica desenvolvida na Penn, eles desenvolveram as células no laboratório, expandindo os seus números exponencialmente, e, em seguida, as reintroduziram  em cada paciente, que depois foram submetidas a um tratamento de quimioterapia lymphodepleting. Uma vez que as células T já tinham sido treinadas pela vacina de células dendríticas para atacar as células de tumor, a transferência adotiva de células T amplifica a resposta imune anti-tumor.
Duas das mulheres apresentaram uma resposta imune restaurada após a transferência de células T. Uma das mulheres continuou a ter a doença estável, enquanto a outra teve uma resposta completa à terapia.
Os pesquisadores dizem que é muito cedo para dizer se este tipo de terapia será eficaz em um grande número de pacientes com câncer ovariano, mas os primeiros resultados foram promissores. Primeiro, e mais importante, diz ela, a abordagem em duas fases parece segura e bem tolerada pelos pacientes. Além disso, a equipe viu  uma correlação em ambos os passos do tratamento entre as respostas imunitárias e de benefícios clínicos, sugerindo que é, de fato, a resposta imunitária que mantém a doença sob controle.
Com estes resultados encorajadores em mãos, a equipe abriu um grande estudo para o qual eles já tem inscritas cerca de 25 mulheres e o objetivo é ampliar para até mais 30. O novo protocolo utiliza uma plataforma de vacina melhorada e um protocolo otimizado de adoção de transferência de célula T. O PI deste estudo é Janos Tanyi, MD, PhD.
"Grandes ensaios clínicos mostraram que a intensificação da quimioterapia não melhora os resultados para as mulheres com câncer de ovário avançado", Coukos diz. "Então, precisamos explorar outros caminhos. Nós pensamos que a abordagem combinatória de ambos os tratamentos imunológico e quimioterápico é o caminho a percorrer."

Mitos e verdades sobre o câncer de ovário

A médica oncologista Ana Carolina Gifoni, membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e presidente ...